OS LAÇOS:
Quando falamos de sentimentos sempre temos a intenção de: Se um dia eu me deparar com um amor tão intenso e profundo, terei coragem de persegui-lo...Mas quando de fato nos deparamos, na vdd não temos coragem, quer seja pelos traumas, dores e decepções já vividas, quer seja pelo ego ou medo de enfrentar mais uma frustração e sentir que não temos força pra suportar mais uma. Fato é que o AMOR é a arte de DOAR-SE, sem querer nada em troca, tampouco a reciprocidade desse sentimento, AMAR É SE ENTREGAR SEM APRISIONAR, é sentir perto mesmo longe, é tanta coisa, mas a única coisa que amor não é, é dor.
Ou somos capazes de amar ou não.
OS NÓS:
Ao final, é simples: a pessoa que o merece é aquela que, tendo a liberdade de escolher, se aproxima de você, o aprecia e dedica a você seu tempo e seus pensamentos. NINGUÉM PODE FAZÊ-LO INFELIZ SEM O SEU CONSENTIMENTO. A ferramenta mais poderosa para lutar contra a injustiça emocional e a indiferença é a determinação pessoal. Ela deve ser acompanhada de amor próprio, de autoconhecimento e de reflexões sobre os sentimentos, desejos e comportamentos próprios e alheios. Você jamais terá um banquete se fica farto com as migalhas. Jamais será levado a sério se romantiza joguinhos e justifica vácuos e perdidos. Nunca se esqueça que ofereceu chances e elas foram desperdiçadas, todas elas. Não se distraia das sensações ruins que a porta giratória te causou, e não caia na tentação de duvidar das cicatrizes que ela deixou. Mas antes de sair fazendo cobranças e exigências, estabelecendo regras e impondo ultimatos, experimente simplesmente sair da porta giratória e veja o que acontece. Ao invés de esperar uma mudança de atitude do outro, mude você. O coração não precisa viver em compasso de espera, dando chances e mais chances a alguém que simplesmente não se importa. Se o outro se importasse, a porta não giraria.
Nessa intrincada tapeçaria de laços e nós, que se passa nas profundezas do nosso psiquismo, observamos também o ciclo da compulsão à repetição, o que nos possibilita o alerta da tendência a revivermos padrões dolorosos – sejam eles de relações que não se sustentam, de doações não retribuídas ou de migalhas que não saciam – não é mero acaso. 'DA JANELA DO MEU OLHAR' o inconsciente buscando, incessantemente, elaborar traumas não resolvidos, ressignificar feridas primárias ou, paradoxalmente, reproduzir o conhecido, mesmo que doloroso. É como se a psique, em sua sabedoria tortuosa, tentasse 'masterizar' aquilo que a feriu, mas, sem consciência, apenas reencenasse o drama. O medo de enfrentar o novo, a crença de não ser merecedor(a) de um banquete, ou a dificuldade em reconhecer o próprio valor, podem ser os verdadeiros 'nós' que nos impedem de desatar as amarras e sair da porta giratória que nos leva sempre ao mesmo ponto.
'DA JANELA DO MEU OLHAR' é nesse cenário que os conceitos de Sombra e Anima/Animus, acrescentaria camadas à nossa compreensão. Aquilo que nos incomoda no outro – a indiferença, a incapacidade de doar, a aversão à profundidade – pode ser um espelho de aspectos não reconhecidos ou negados em nós mesmos, projetados no parceiro. A 'porta giratória' de relacionamentos que se repetem, onde a dinâmica de não reciprocidade persiste, pode ser um convite do Self para integrarmos a nossa própria capacidade de solidão saudável, de autossuficiência emocional. O desapego, sob essa ótica, não é uma fuga do afeto, mas um ato de coragem em aceitar que o outro é um ser autônomo e que sua 'ausência' pode ser, em si, um chamado à plenitude individual. É a desilusão do objeto externo que nos força a buscar a fonte de amor dentro de nós mesmos, onde a oferta e a demanda encontram-se em equilíbrio perfeito.
Assim, uma ferramenta poderosa para lutar contra a injustiça emocional e a indiferença, pode ser a determinação pessoal, alicerçada no amor próprio e no autoconhecimento. Não é mais sobre a busca incessante por um 'outro' que nos complete, mas sobre a completude que construímos em nós, aceitando a nós mesmos em todas as nossas dualidades. 'Amar é simplesmente Amar!!', em sua essência, liberta o amor de qualquer condicionalidade. Ele se torna um fluxo, um transbordar do Ser, não uma barganha. A cura para as feridas da alma, e para os 'nós' que amarram o coração, reside na compreensão de que somos 'o melhor processo inacabado de auto lapidação constante, o canal de manifestação das virtudes e sombras do Eu Divino que habita em mim'. E essa lapidação contínua é a maior prova de que o tempo jamais será perdido, pois cada experiência, cada lágrima, cada sorriso, cada partida e cada chegada, nos modifica para sempre, expandindo nossa consciência em uma jornada infinita de ser e amar.
PS: Não tem como ser um erro se foi um caminho. Não tem que haver arrependimento se você deu o seu melhor. Não tem que sentir culpa, se você foi de verdade. E AINDA; NÃO TEM COMO ACHAR QUE FOI TEMPO PERDIDO SE DE ALGUMA FORMA TE MODIFICOU PARA SEMPRE.
E 'Da Janela do seu Olhar';
Quais 'nós' você tem percebido em suas relações que, talvez, sejam um convite para o seu próprio autoconhecimento?
O que a 'porta giratória' de suas experiências tem tentado te ensinar sobre o desapego e o amor-próprio?
Em sua jornada, você tem acolhido a complexidade do 'soltar' como um ato de liberdade, ou ainda resiste aos seus ensinamentos?
Até breve...
J.L.I Soáres