domingo, 8 de maio de 2022

PORQUE RETOMEI ESSE TRAJETO?...RETROAGIR NEM SEMPRE É REGREDIR!

 A sabedoria dos ciclos, o aprendizado contínuo e a evolução em espiral

Em nossa jornada pela vida, quantas vezes nos deparamos com um impulso, uma vontade quase visceral, de retomar um trajeto que já havíamos percorrido? Seja uma linha de estudos, um hobby antigo, uma prática que parecia ter ficado no passado. O senso comum, por vezes, nos sussurra que 'retroceder' é 'regredir', um sinal de fraqueza ou de falta de foco. Mas, 'DA JANELA DO MEU OLHAR', me questiono: será que essa máxima linear é, de fato, a verdade em uma existência que se manifesta em ciclos? Ou será que o retorno, em sua essência, pode ser a mais profunda forma de avanço e lapidação do Ser?

A vida, em sua sabedoria intrínseca, não opera em linha reta. Ela se move em espirais, em ciclos, em fluxos de ida e volta, de expansão e recolhimento. 'DA JANELA DO MEU OLHAR', percebo que essa dinâmica se reflete em nossos próprios processos de aprendizado e amadurecimento. Quantas vezes, ao longo de nossa trajetória, sentimos que um conhecimento ou uma experiência 'não deu em nada', que foi um 'tempo perdido', apenas para, anos depois, percebermos que aquilo era um alicerce fundamental para um novo insight, uma nova compreensão?

Essa é a grande ilusão do 'não ir para frente'. Acreditar que só há avanço quando o caminho é novo e ininterrupto é desconsiderar a riqueza do que já foi vivido e 'assimilado'. O que antes parecia um desvio, uma 'perda de tempo', se revela, com a bagagem de novas vivências, um solo fértil que aguardava o momento certo para germinar novas compreensões. Não se trata de regredir ao que já se foi, mas de revisitar com uma nova consciência, uma nova perspectiva, o que já é parte de nosso 'mosaico'.

O ato de retomar um trajeto não é, necessariamente, uma admissão de derrota ou de que a 'primeira tentativa' foi um fracasso. Ao contrário, é um ato de maturidade e de autoconhecimento. Pensemos: o quanto aprendemos quando nos permitimos revisitar um livro, um conceito, uma disciplina, que em outro momento não fez sentido? É a mesma obra, sim, mas somos nós quem mudamos. A nossa bagagem de experiências, a nossa 'miscelânea de saberes' acumulada, nos permite enxergar novas camadas, fazer novas conexões, e extrair uma sabedoria que antes estava velada.

É como o alpinista que, para alcançar um pico mais alto, precisa, por vezes, refazer parte do caminho, recalibrar a bússola, ou até mesmo descer um pouco para encontrar uma rota mais segura e eficaz. Não é retrocesso; é estratégia. O retorno a um antigo estudo ou interesse não significa que o anterior 'não serviu', mas que ele preparou o terreno para uma compreensão mais profunda, mais aplicável, mais alinhada ao nosso propósito atual. A Alquimia da Alma nos ensina que a transmutação não é linear; é um processo de refino contínuo, onde o 'bruto' revisitado pode se tornar o 'ouro' em uma nova fase.

A vida nos convida a uma 'espiral do aprendizado', onde cada ciclo nos eleva a um novo patamar de consciência. O que vivenciamos, o que estudamos, o que praticamos, tudo 'conta'. Não há experiência que seja verdadeiramente 'perdida', se a ela dedicamos a observação e a reflexão. Mesmo aquilo que não 'avançamos' em um sentido linear, como um curso que não foi finalizado ou uma paixão que ficou em suspenso, deixa marcas, deixa saberes, deixa 'fragmentos de alma' que, em um momento de Kairós, podem se reintegrar para dar novo sentido à nossa jornada.

Retomar um trajeto é, portanto, um ato de coragem e de sabedoria, um reconhecimento da complexidade da existência e da fluidez do nosso próprio Ser. Não se trata de negação do passado, mas de sua integração consciente. É a prova de que nossa jornada é um 'processo inacabado de auto lapidação constante', onde o aprendizado é contínuo, e a evolução se manifesta de formas que nem sempre nossa mente limitada consegue prever. A liberdade reside em abraçar essa espiral, sem medos, sem julgamentos, e com a certeza de que cada passo, mesmo que pareça um retorno, pode ser um avanço em direção à nossa mais autêntica manifestação.


E 'Da Janela do seu Olhar';

Em sua jornada, você já sentiu o chamado para retomar um trajeto que parecia ter ficado no passado?

Em que medida o 'retrocesso' em sua vida se revelou, em retrospecto, um 'avanço' disfarçado

Qual 'antigo saber' ou 'paixão' você sente que hoje, com sua nova consciência, poderia revisitar para lapidar sua alma?


Até breve...

J.L.I Soáres

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