segunda-feira, 8 de julho de 2024

NA ARIDEZ DE ESPIRITUALIDADE E SENSIBILIDADE

ESQUECEMOS DE SER: HUMANOS 

Caro leitor, trouxe algumas perguntas! 

Se as certas eu não sei dizer, pois existe uma premissa de que, se quisermos respostas assertivas temos que saber elaborar as perguntas. Questionadora que sou, como saber se a pergunta está certa sem condicioná - la à resposta que queremos receber? Sigamos…

Por que não temos coragem para fazer o que queremos, o que sabemos que nos fará felizes, por que tendemos a nos agarrar nos galhos secos que nos oferecem a chamada pseudo segurança? Por que nos apegamos tanto à falsa idéia de domínio? Por que nos cercamos por arames farpados nos privando da liberdade de Sermos quem verdadeiramente somos abraçando o que realmente queremos, nos escondendo atrás dos mecanismos de autodefesa usados como desculpas pelas frustradas experiências que vivenciamos e nos furtamos tanto dos momentos de plenitude?!

“DA JANELA DO MEU OLHAR” observo que deixamos de viver os momentos de plenitude pelo mesmo motivo que falam os analistas sobre a responsabilidade que trás o sucesso sendo a razão de termos medo de tornarmos os nossos sonhos realidade.

Então em essência somos fracos achando que somos fortes quando resistimos aos nossos desejos mais profundos de felicidade?

A felicidade e plenitude mencionadas é em alguma medida sermos capazes de enxergarmos a beleza em que reside a perfeição caótica da vida e aceitarmos a sua dinâmica não linear, pois como já afirmei noutro post, a compreensão do universo é encontrada também na análise do nosso sistema biológico, um paralelo com nossos batimentos cardíacos por exemplo, eles não pulsam de forma linear. Mas o senso de urgência que trago para encontrarmos a essência de nós mesmos não é de maneira irresponsável sob todos os aspectos que a existência possa se apresentar, trago aqui o chamado para o que entendo como realizações o que na jornada individual é alinhado com nosso propósito de alma, o que nos permite vivermos nossas verdades, e assim nos consideramos pessoas felizes e de sucesso.

Felicidade e Sucesso carregam significados particulares para cada indivíduo. Seneca diz que não devemos passar a vida na busca pela felicidade, pois a “felicidade deve ser consequência de uma vida virtuosa.” Independente do sentido que estas palavras tenham para cada um de nós, o que percebo é a falta de comprometimento para com nós mesmos, e me incluo nesta análise, afinal, não sou nenhum Ser ascenso , e apesar de gostar de afirmar que: “O que não recebi em altura D’us me compensou em personalidade”, nem sempre tenho coragem de muitas vezes fazer o que é preciso!

Quantas conexões deixamos ir por pequenas idiossincrasias, colegas de trabalho, parcerias, amigos, família, amores e amizades. 

Quantos sonhos deixamos para trás por nos afundarmos nas tarefas que julgamos mais urgentes na ilusão de nos  sentirmos úteis quando na verdade, estamos a nos distrair do que realmente nos traria a realização, e vamos a cada dia nos tornando secos e áridos ou nos afogando no mar das emoções represadas por darmos atenção às necessidades imediatas, nos tornando medíocres e insatisfeitos, verdadeiros poços de frustrações e baús de lembranças que não foram vividas?

Muitas vezes me pego dominando a técnica de construir barreiras no meu território emocional devido aos dissabores já experimentados, deixando de ser autêntica por ter sido erroneamente interpretada, natural que ao longo da nossa existência nos tornemos mais precavidos, no entanto, a coragem de sermos leais às nossas convicções e assim mais felizes deveria ser mais forte que as resistências que vamos desenvolvendo. Preferimos sustentar o nível médio em nossa experiência humana a ousar nos permitirmos a felicidade ainda que em seu caráter transitório em qualquer que seja a experiência, não que toda situação que iremos viver estejamos condenados à frustração, mas temos a tendência de invalidar tudo o que foi experienciado de positivo por não termos atingido o critério da perenidade que nutrimos em nossas expectativas. 

Pode - se concluir que somos seres transitórios prometendo eternidade.

Ao me referir à mediocridade, é ao fato de nos restringirmos à superficialidade, ao mediano, ao imediato, não diferenciarmos o importante do urgente, o essencial que nos leva ao pleno do urgente que nos mantém na superfície, do fácil, do fugaz, à margem de tudo o que nos torna quem de fato somos.

Ora, se não temos coragem de “tangenciarmos uma mínima fração de autoconhecimento”, como afirmou de forma dura no contexto do assunto, mas sabiamente uma pessoa que tenho em alta conta, em um de nossos breves mas profundos diálogos, como seríamos capazes de desenvolvermos a coragem de Sermos quem realmente Somos, e nos despirmos da roupagem mediana para realizarmos e vivermos nossos sonhos, aceitarmos nossas limitações, desenvolvermos nossas capacidades, mantermos ao lado quem nos é caro, e pararmos de fugir de nós mesmos? Afinal, fugir de quem? Se não sabemos ao certo quem somos? (Humanidade em sua grande maioria).

Isto porque além de dar trabalho, é uma tarefa deveras sofrida a busca pelo autoconhecimento, porque muitas vezes aceitar e acolher o que realmente somos dói, o mais comum (mediano) é sermos “homens acidentais e não homens conscientes”, termo utilizado por Mestre Osho. Por outro lado, Shakespeare afirmou que “essa consciência é que faz de todos nós covardes” e diante deste contraditório cito novamente Willian Shakespeare em Hamlet: “ Ser ou não Ser, eis a questão”.

Ah…a dualidade, “o que seria do dia não fosse a existência da noite?”, a propósito, devo pontuar que em atenção ao posicionamento individual e ao quarto princípio das Leis Herméticas escolhi o nome do blog.

Como compreender as idiossincrasias trazidas pelo outro nas conexões se não reconhecemos, acolhemos ou tampouco sabemos das nossas, como curar as feridas caudadas pelos contrastes nas experiências se nem ao menos as reconhecemos? Para quê serve tal reflexão? Temos mais o que fazer não é mesmo? Temos muitas demandas a serem atendidas, afinal, usamos muito do tempo sendo úteis…na importante tarefa de julgar o outro baseados em nosso próprio juízo de valor (muitas vezes distorcido), pois enquanto olhamos o outro não há tempo para nós, e somos em essência benevolentes, pré ocupados em avaliarmos a conduta do semelhante, como assim? Seme…o quê?

Estamos portanto fadados ao condicionamento do que quer que seja, pois cada um de nós carrega as correntes que trás mais conforto no desconforto da sua breve existência.

Buscamos a espiritualidade para um propósito de desenvolvimento e possível, repito: possível evolução, expansão de consciência, mas muitas vezes é possível observar nesta busca uma fuga, em verdade, “DA JANELA DO MEU OLHAR”, estamos a fugir o tempo todo, quer seja do medo do sofrimento, da alegria sobre-humana, do fracasso, do sucesso, da rejeição, da reciprocidade quando a encontramos, da covardia e também fugimos da coragem  e essa fuga desenfreada nos mantém aprisionados “NA ARIDEZ DE ESPIRITUALIDADE E SENSIBILIDADE”, e por mais humanos que somos, vamos esquecendo da humanidade em nós, e que estamos aqui para simplesmente VIVERMOS, REALIZARMOS, FLUIRMOS, pois nossa composição maior é do elemento água, a emoção é o que nos torna o que somos, mas nos tornamos mestres em bloqueá-la, congelamos nossa maior capacidade, a de sentir!

Sem mais, 

J.L.I Soáres

Quantos sonhos deixou de realizar por falta de coragem?

Qual condicionamento te impede de fluir?

Reconhece a transitoriedade em tudo o que há e vê beleza nisso ou sofre por desejar tudo perene?

Quão profundas são as suas conexões? Ou prefere a superficialidade de uma sociedade líquida? 

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