É possível tirar um descanso, mudar a rota, o meio de transporte, desistir da carona ou deixar ir os passageiros, mas desistir da jornada não.
Os desvios são, por instantes faróis que nos fazem recobrar a consciência do destino que queremos chegar, são capazes de nos mostrar o que ainda precisa ser ajustado, quer seja no veículo, quer seja no roteiro, porque não só "DA JANELA DO MEU OLHAR", sabemos que as pequenas pausas são importantes em qualquer itinerário, afinal, frente às intempéries advindas de quaisquer que sejam as causas, é prudente recarregar as energias, reabastecer o veículo e adequar a rota para que, apesar de as condições se apresentarem desfavoráveis, façamos da nossa viagem uma experiência leve, fluida e feliz, atentos a cada nova paisagem que gradativamente se descortina no horizonte e assim vamos colecionando as boas, as más, as divertidas, trágicas ou inusitadas memórias que compõem o nosso álbum da vida.
Todas as experiências que vivemos são os ladrilhos e mosaicos que, preenchem e revestem as superfícies em suas diversas formas, sejam elas planas ou irregulares, e pouco a pouco vamos encaixando as peças em suas diversas composições, de modo a criarmos imagens inteiras e sem sobreposição, pois todas são essenciais para pavimentar e dar algum sentido à nossa existência.
“No decorrer da nossa jornada não importam quantas são as vezes que desviamos ou nos perdemos no caminho, mas quantas temos forças para retomarmos a rota!”
Lembremos sempre de que não há erro quando sentimos paz, se intuitivamente temos a percepção da necessidade de mudar a rota ou a técnica, ou o material para confeccionarmos a obra, o meio de transporte ou o caminho, é importante avaliar e criar essa oportunidade, porque se a paisagem que estamos vendo ao longo da viagem ou a imagem que estamos criando não estão agradáveis aos nossos olhos, é necessário fazer uma pausa, abrir o mapa e rever o trajeto, trocar a peça do mosaico, a pedra do ladrilho, a cor, o tipo de tinta, ou até mesmo diversificar o material, pois se quisermos que seja diferente temos que fazer escolhas diferentes.
Na obra de arte ou, na viagem, conto ou poesia, "anyway", mais importante: A nossa existência, todos os detalhes são importantes, mas lembremos de que, qualquer que seja a técnica ou a estrada que escolhermos, muito embora busquemos padrões em tudo, nem sempre a obra de um artista renomado é compreendida, ou uma linda poesia precisa de explicação, portanto, tem que fazer sentido para nós mesmos, pois, na prova que sempre é individual, somos nós quem apesar de tudo, e não há opção, senão nos recompormos e seguirmos, ao cairmos nos buracos deixados pelas pedras mal encaixadas dos ladrilhos nas superfícies acidentadas, ou nas estradas sem pavimento, é de modo individual que enfrentamos noites escuras sob tempestades e auroras carregadas de neblinas sem conseguirmos enxergar um palmo diante dos olhos, ou por vezes, estamos a desfazer da alma cortando a pele com peças de vidro quando sobrepomos estruturas no mosaico da nossa existência, na tentativa de preencher os espaços vazios da obra que é só nossa para criarmos uma imagem confortável, lógica ou padronizada para os olhos dos outros, que muitas vezes não sabem ler as profundas e singelas rimas da poesia que são nossas vidas, tampouco sabem interpretar a essência sensível e por vezes melancólica, dentre outros gêneros que se apresentam em nossa veia artística.
“Os ladrilhos, mosaicos pavimentam e criam as imagens que compõem a galeria de arte das nossas vidas!”
Ademais, nem sempre as coisas mais belas seguem padrões, e uma mesma imagem captada por diferentes ângulos e lentes são vistas de formas distintas, e assim, "DA JANELA DO MEU OLHAR" percebo que dentro do ateliê de nossa existência, a arte que produzimos, ou o caminho que decidimos seguir, deve fazer sentido a nível individual, sem condicionantes ou validações, deixemos para trás os julgadores, tampouco sejamos capazes de nutrir a sombra do nosso ego buscando apenas testemunhas de nossa conduta privada, que façamos novas escolhas sem medos quantas vezes se façam necessárias, tenhamos inspiração e coragem para desenvolvermos através das nossas experiências, técnicas alternativas e inovadoras para nossa arte, e ao longo da viagem criarmos ou adotarmos estradas alternativas, ainda que se apresentem como caminhos disruptivos. Por fim, quanto às eventuais companhias, desejo que somente os dispostos permaneçam, porque de opostos já bastam os padrões e os conceitos detentores de cadeiras cativas servindo como critério de avaliação das obras de inúmeros artistas.
Há.....
"E na vida, para os que dizem que não é uma ciência exata, concordo em parte, pois assim como na matemática, se tem um problema, você não desiste, continua tentando até acertar."
Desta vez, abraços cordiais.
E no ateliê de sua existência quantas vezes precisou trocar a cor da tinta ou errou o traço do desenho da sua obra de arte?
Nos caminhos em que as estradas se apresentaram acidentadas, buscou caminhos alternativos ou sofreu persistindo no padrão e recuso novo percurso?
Tem coragem de deixar ir as pessoas que decidem descer do carro ao longo da jornada para seguirem seu próprio caminho?
Ao ver que se perdeu, encontrou - se rapidamente ou foi desafiador a busca por si mesmo?
Sabes identificar quando perde - se no caminho ou perde - se de si?
Já pensou ou precisou trocar a técnica de mosaico para pintura ou outro tipo de arte da que está utilizando para criar a Grande obra que é sua existência?
Até breve...
J.L.I Soáres
LEIA TAMBÉM:
ETERNOS PERSONAGENS NO PALCO DA VIDA
Fantástico o que vc escreveu. E é bem isso mesmo. Precisamos as vezes mudar o rumo, mudar a cor, por assim dizer, e acertarmos no novo caminho.
ResponderExcluir