ATOR PRINCIPAL OU COADJUVANTE?
Quanto aos assuntos: "INSTINTOS/SENTIMENTOS" é possível afirmarmos que
"Na batalha entre o homem e a natureza, fica claro que a batalha é entre o homem e ele mesmo".
Pergunta: O quão rápido uma pessoa se torna o que mais importa?
Caríssimos, temo que minhas declarações soem em tom de amargura, mas minha mente agora vibra em ávida sensibilidade e me vejo julgando, o que devo confessar, vai em direção contrária ao que diuturnamente carrego como premissa de minha paz interna e harmonia em minhas conexões, é aquele momento em que pegamos nosso ego nos julgando por estarmos julgando!
Ao finalizarmos os ciclos nas relações amorosas geralmente demoramos para nos abrir às novas conexões, há os que inclusive, decretam jamais se permitirem uma nova experiência afetiva e então, nos voltamos para os demais setores de nossas vidas, profissional ou espiritual, os mais comuns que observo. E neste ínterim aproveitamos e nos tornamos profundos estudiosos dos mistérios da existência, ou aprimoramos e expandimos nossas capacidades profissionais, enfim, é basicamente o que já ouvimos dizer que "na vida nunca perdemos, ou ganhamos ou adquirimos aprendizados."
Devemos mesmo carregar os aprendizados, mas não arrastar correntes. Ocorre que, para que isso de fato acorra, é desafiador, pois o processo de superação da finalização dos ciclos é vivenciado de modo particular para cada indivíduo, levamos tempo para esquecermos o sabor amargo do fel que fica, vamos digerindo, assimilando, e internalizando a experiência. Então, em um dado momento, vemos novo horizonte se apresentando para retomarmos o caminho.
Refiro - me, aos que já se sentem curados e não os que ainda sangram dos ferimentos, e para estes, recomendo fortemente que revisem o estado em que se encontram para que não sejam instrumentos de destruição de sonhos afetivos. Sei que é desafiador, pois não sabemos, não temos certeza de fato da cura, e 'DA JANELA DO MEU OLHAR" é até que apareça uma nova oportunidade concreta de conexão, aí sim virão à tona nossos medos, nossos receios, os bloqueios que nos impomos, em que medida permitimos que a experiência passada aniquilasse nossa capacidade amar, entregar e receber amor (romântico), e sobretudo a fé de que esse sentimento, ouso dizer, o mais arrebatador, que nos faz sentir vivos, ainda existe. Somente quando se descortina esse horizonte é que temos a visão da verdadeira proporção da altura dos muros que construímos para não nos colocarmos em situação similar à anteriormente vivenciada, isso, repito, se nossos olhos não permanecem turvos ou obstruídos pelos traumas e as mágoas, o que chamo de correntes.
É natural ao nos vermos "reconstituídos" emocionalmente, surgimos, ou ressurgimos mais fortes e com a autoestima restabelecida, almejando e sonhando com a realização de novos desejos, porque ao longo do processo de cura, em que muitas vezes nos isolamos para entender ou ao menos tentar, as razões pelas quais estamos experimentando a falência do relacionamento, questionamos tudo...e a partir do que vamos identificando, começamos mais encorajados a definir novas fronteiras. Como forma não de evitar, mas ao menos reduzir os estragos, costumo literalmente analisar e elencar o que se apresenta como oportunidade de conexão afetiva em uma lista dividida em duas colunas: com os "motivos para sim" e "motivos para não" me envolver emocionalmente, ou já na conexão em andamento, observando comportamentos, e tudo o que eu defini como fronteiras ser verdade e importante para mim, vou colocando na lista e com base nas anotações confio e me dedico no relacionamento. Tento racionalizar ao longo dos anos as minhas emoções com base na lista. E sim, para mim dá certo, não no todo, devo dizer, mas me ajuda muito a identificar se as fronteiras anteriormente estabelecidas estão sendo respeitadas por mim e, em que medida eu estou a permitir pequenas ou ostensivas invasões, e as razões pelas quais eu as permito. Não me refiro quanto às concessões, que são condição para a harmonia em uma relação qualquer que seja. Mas ao que entendo não ser sadio para mim num relacionamento dados aos dissabores vividos. E o interessante, é que muitas vezes, nos vemos permitir o sofrimento, a frustração e ao verificar o histórico com lucidez, conseguimos identificar o momento que permitimos nos perder de nós mesmos em detrimento à uma conexão em a outra parte já nem lá mais estava, ao menos energeticamente.
Compartilho dessa ferramenta que contribuiu até mesmo para o meu autoconhecimento inclusive. Pois através dela identifico com base em minhas experiências se meu permanecer advém de alguma fragilidade, para somente me permitir viver os ciclos virtuosos e se de fato há perspectiva de efetiva realização. Certo, com base nessa afirmação imagino que devas pensar quantas conexões e quantos ciclos? Desde a minha primeira aos 18 anos(primeiro beijo por hora), comecei minhas experiências amorosas em idade mais amadurecida por fatores particulares: (tradição/educação...) e desde o mais leve e sutil interesse afetivo em troca com alguém eu corria fazer minha listinha e elencar os motivos para sim e para não, e efetivamente cumpria, quem diga meu primeiro e único namorado na cidade natal, pois quando decidi mudar, solicitou pediu o retorno da conexão mas o respondi: "está tomado pela emoção (um tipo de embriaguez...rsrs) de não me ver mais, mas em momento lúcido e equilibrado, externou os caminhos que pretendia trilhar e estabelecer um relacionamento(casamento) naquele momento não fazia parte dos seus ideais)" então, respeitei sua jornada e eu segui a minha. Dizem que é desafiador se desvincular emocionalmente do "primeiro amor", não digo que foi fácil, mas ao chegar no meu destino, e com uma cidade incrível para eu explorar e me desenvolver, facilitou o meu processo. Costumo ser prática, mas ter essa conduta não significa que não acolho minhas dores, que eu não sofra com as frustrações, mas entendo que a liberdade em seu nobre sentido compreendida, é capaz de nos trazer os melhores e inesquecíveis presentes nas experiências, portanto, a concedo da mesma forma que a prezo para mim.
E porque inicio o texto mencionando termos como instintos/sentimentos/batalhas/amargura/julgamento e questiono o tempo que alguém se torna importante em nossas vidas?
Porque caro leitor, apesar, e digo com verdadeiro "pesar" rsrsrs, minha ferramenta para reduzir os danos emocionais me tornaram uma pessoa mais consciente nas análises das minhas conexões e do meu desenvolvimento enquanto parte de uma relação, mas não significa que é efetiva e eficaz. Quanto mais nos aprofundamos, quanto mais julgamos no início desconhecer e no decorrer da relação conhecer do outro, o que "DA JANELA DO MEU OLHAR", é uma tarefa impossível, pois não conhecemos a nós mesmos em profundidade, e quando partilhamos do cotidiano com alguém podemos ter uma ideia de tendência de comportamento diante de certas situações ou pessoas, mas jamais no todo, pois nem ao certo nós sabemos como reagiremos diante de um infortúnio não é mesmo? E digo mais, nem sempre é possível uma saída tão triunfante quando se está inserido no teatro das emoções.
"No Teatro da vida, os espetáculos das relações amorosas são naturalmente baseados no improviso, e a atuação entre domar os instintos/satisfazer as emoções, ou a autopreservação dos sentimentos/dignidade, não segue uma sequencia linear, pois enquanto partes do elenco principal se esquecermos nosso papel, se torna difícil saber em qual dos atos devemos abandonar o personagem, usar a sonoplastia menos traumática para o elenco, tirar a make, apagar a iluminação, e liberar a plateia, porque esta, facilmente encontrará novos enredos."
Independente da analogia que nos seja permitido fazer sobre as relações amorosas, fato é que nas emoções, a racionalidade não é facilitadora de algum, ou talvez nenhum controle. Pois, ao definirmos as fronteiras e decidirmos nos conectar adentrando o território ainda pouco conhecido da nova relação, quer sejam pelos sentimentos mais intensos que nos transportam sem asas às alturas, num solo firme, fértil e sadio, ou para um oceano profundo e de águas límpidas, é somente vivendo as dores e as delícias de amar e nos sentir amados na liberdade em que reside o amor, veremos o quanto ele foi capaz de permanecer, e se algum dia tiver que se retirar, então teremos a noção do quanto ainda preservamos de nós para nos restabelecermos e estabelecermos as novas fronteiras e, fatalmente (rsrsrs) recomeçarmos.
Os relacionamentos amorosos ainda que finalizem, não precisam ser todos do gênero dramático. Apesar das frustrações sempre temos bons aprendizados para extrair e lembranças boas para recordar não é mesmo?
Você encara de maneira natural os ciclos vividos em seus relacionamentos assim como o pôr do sol e nova aurora que compõem nosso dia a dia?
Você possui alguma ferramenta útil para se manter atento às fronteiras dos teus territórios emocionais? Terapia/Lista...
É capaz de analisar suas conexões e ser grato por tudo o que vivenciou, enxerga o quanto desenvolveu - se e contribuiu para o outro se desenvolver também mesmo que diante da percepção dos contrastes ou arrasta correntes?
Até breve
J.L.I Soáres
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