A Felicidade enquanto "Dure a bateria"
Os chamados "relacionamentos de bolso" na era digital, e sim, eu confesso! Busquei o meu "príncipe encantado" no mar aberto da internet e assim como tirei e coloquei, também fui retirada e guardada nos bolsos da era dos Amores Líquidos! Temos que estar sempre abertos para as novas tendência não é mesmo?! rsrsrs...aquele riso de desespero!
A Promessa Efêmera do encontro perfeito em um mundo hiper conectado, onde a tela do celular se tornou o novo mapa para a busca afetiva, somos convidados a crer na promessa de encontros perfeitos, a um clique de distância. Deslizamos dedos por perfis que parecem espelhos dos nossos desejos mais íntimos, na ânsia de encontrar aquele que nos complete. Mas, por vezes, essa busca incessante nos leva a um universo de 'relacionamentos de bolso' – superficiais, descartáveis, onde a profundidade da alma se perde na efemeridade dos likes e na ilusão de que o amor está sempre 'online'. Se a complexidade nas interações humanas é uma premissa, e se os laços feitos e desfeitos são a constante de nossa jornada, podemos questionar: será que há uma busca insistente no lugar errado?
'DA JANELA DO MEU OLHAR', é nessa jornada que nos lançamos no árido solo emocional, em passos tortuosos, com os pés descalços já machucados e em carne viva. É o queimar da areia em fogo no deserto das conexões de parcos sentimentos se perdem na miragem de um oásis que nunca chega. A busca pelo outro, sem antes encontrar o próprio oceano interior, que nos condena a um ciclo infindável de desilusão. A dor é real, a ferida é profunda, e a resposta não está na próxima "ilha" a ser conquistada, mas no mergulho corajoso na vastidão do nosso próprio Ser. Apenas ali, na solitude do auto afrontamento, poderemos desvelar a verdade sobre os laços que realmente valem a pena., muitos de nós carregamos feridas e carências que, inconscientemente, nos impulsionam a buscar o 'príncipe encantado' ou a 'princesa ideal' em terrenos inférteis. A internet e os aplicativos de namoro, que prometem um 'mar aberto para te encontrar', muitas vezes se revelam um vasto oceano de indisponibilidades afetivas e encontros que raramente ultrapassam a superfície do perfil. A provável ilusão de um grande amor se choca com a realidade de conexões efêmeras, baseadas na imagem, na conveniência, e não na genuína troca entre almas. É um paradoxo doloroso: quanto mais opções disponíveis, mais difícil parece ser encontrar a profundidade. Tá bom, já até consegui me afundar, apesar de ter entrado no mar com a consciência de não saber nadar! Mas eu entrei! Se entrei!!!! Como eu já lhes afirmei: Gosto de ser pioneira!
Esse atraente menu dos relacionamentos de bolso revela a 'sombra' das nossas próprias carências. O conceitos de projeção, nos alerta - mas nos fingimos de surdos - que, nesse cenário, tendemos a projetar no outro (e no perfil idealizado) aquilo que nos falta, aquilo que não buscamos em nós mesmos. Buscamos um 'salvador', um 'complemento', em vez de um parceiro para uma união genuína. A descartabilidade das relações digitais – o 'match' que se desfaz com um deslize, a conversa que morre com o silêncio – é um sintoma dessa busca egóica e da incapacidade de sustentar laços que exigem mais do que uma imagem ou uma frase de efeito. Sigmund Freud, por sua vez, apontaria para os mecanismos de defesa que operam quando a frustração se instala: a tendência a culpar o 'outro' pela ausência de conexão, ou a buscar novas 'migalhas' em um ciclo vicioso de desilusão. É o ego, em sua busca por gratificação imediata, que se anestesia diante da dor da solidão e da complexidade de um relacionamento real.
Zygmunt Bauman, com sua teoria do 'amor líquido', nos oferece uma lente sociológica para compreender essa dinâmica. Na era da fluidez e da superficialidade, as relações se tornam tão descartáveis quanto um produto de consumo. O compromisso é evitado, a profundidade é temida, e a autenticidade se dilui na busca por experiências leves e sem amarras. O 'encantamento' é efêmero, baseado em projeções e não no reconhecimento do Ser do outro. A promessa de 'um mar aberto para te encontrar' se traduz, muitas vezes, em um oceano de superficialidade onde as carências e feridas mal curadas se retroalimentam em um ciclo de desilusão. A busca pelo 'príncipe encantado' ou 'princesa ideal' em aplicativos e redes sociais é, frequentemente, a busca por uma fantasia que nos impede de encarar a realidade da nossa própria incompletude e da necessidade de um trabalho interno profundo."
Diante desse 'vasto menu' de relacionamentos de bolso, a coragem não reside em continuar a deslizar por perfis, mas em mergulhar no próprio oceano interior. 'DA JANELA DO MEU OLHAR', a única forma de encontrar um amor que transborde e seja sólido é primeiro reconhecer a própria plenitude, curar as próprias carências e desvelar as próprias sombras (mas quando eu disse que quero limpas as ferrugens do meu transatlântico emocional?). Caro leitor, sabemos que o autoconhecimento é o nosso bote salva-vidas, e que somente ela nos liberta da busca frenética por um espelho externo que nos valide. Quando nos tornamos o nosso próprio 'mar aberto', o outro não é mais uma 'ilha' a ser conquistada, mas um 'rio' que pode se unir ao nosso fluxo, em uma dança de autenticidade, profundidade e reciprocidade genuína, construída sobre um alicerce de verdade e não de ilusão.
Contudo, é fundamental ir além das estimativas que apontam para a superficialidade. Apesar de o 'menu' dos relacionamentos de bolso tender, por vezes, a resultados efêmeros, há histórias que desafiam essa premissa. Conheço casais que, no 'mar aberto da internet', ousaram mergulhar e construíram alicerces sólidos, provando que a complexidade das relações não se define apenas pela plataforma de encontro. São como aqueles dispositivos eletrônicos de antigamente que, embora não tão 'modernos' na forma, carregavam em sua essência o propósito para durar, uma bateria que parecia infinita. Nesses casos, a 'felicidade' não se dissolve com a descarga rápida; ela se constrói na perseverança e na escolha de recarregar o vínculo a cada dia. 'DA JANELA DO MEU OLHAR', até do 'vasto menu' podem surgir banquetes duradouros, desde que a intenção seja de nutrir a alma e não apenas satisfazer um desejo efêmero. A vida, em sua vasta e complexa teia, sempre nos surpreende com a capacidade de transformar o efêmero em eterno, e o rascunho em obra, independentemente do 'local' onde a história começou.
Se eu continuo? Não mais, já desbravei esses mares e entendi que meu transatlântico emocional por mais aventureiro que seja, não é navio de carga e descarga para ficar ancorado neste porto de buscas vazias sem coordenadas claras. PS: Tem muitos trechos apagados na trajetória sem ao menos previsão de um ponto de chegada, meu timão está desviando a rota!!!
Mas, conte - me, 'Da Janela do seu Olhar';
Em sua própria jornada afetiva, você tem se deparado com 'relacionamentos de bolso' ou com a busca pelo 'príncipe encantado' em terrenos inférteis?
Em que medida a tela do seu celular tem sido um mapa para o autoconhecimento ou para a busca por validações efêmeras?
Você tem a coragem de mergulhar no seu próprio oceano interior antes de buscar um 'mar aberto' para te encontrar?
Em sua jornada, você tem sentido a petrificação dos 'elos' ou a busca pela superficialidade que seu próprio 'Manifesto poético' poderia expressar?
Para uma imersão ainda mais visceral nessa jornada e para a crítica à superficialidade que por vezes petrifica os elos, convido você a mergulhar nos versos de 'Elos em Petrificação', um poema que explora a angústia da alma na era dos amores líquidos.
Até breve...
J.L.I Soáres
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