domingo, 30 de junho de 2024

A EXISTÊNCIA EM SUA GRANDE OBRA - NO ATELIÊ DA VIDA É POSSÍVEL MUDAR A TÉCNICA, MAS NÃO A TELA


É possível tirar um descanso, mudar a rota, o meio de transporte, desistir da carona ou deixar ir os passageiros, mas desistir da jornada não.

Os desvios são, por instantes faróis que nos fazem recobrar a consciência do destino que queremos chegar, são capazes de nos mostrar o que ainda precisa ser ajustado, quer seja no veículo, quer seja no roteiro,  porque não só "DA JANELA DO MEU OLHAR", sabemos que as pequenas pausas são importantes em qualquer itinerário, afinal, frente às intempéries advindas de quaisquer que sejam as causas, é prudente recarregar as energias, reabastecer o veículo e adequar a rota para que, apesar de as condições se apresentarem desfavoráveis, façamos da nossa  viagem uma experiência leve, fluida e feliz, atentos a cada nova paisagem que gradativamente se descortina no horizonte e assim vamos colecionando as boas, as más, as divertidas, trágicas ou inusitadas memórias que compõem o nosso álbum da vida.

Todas as experiências que vivemos são os ladrilhos e mosaicos que, preenchem e revestem as superfícies em suas diversas formas, sejam elas planas ou irregulares, e pouco a pouco vamos encaixando as peças em suas diversas composições, de modo a criarmos imagens inteiras e sem sobreposição, pois todas são essenciais para pavimentar e dar algum sentido à nossa existência.

“No decorrer da nossa jornada não importam quantas são as vezes que desviamos ou nos perdemos no caminho, mas quantas temos forças para retomarmos a rota!”

Lembremos sempre de que não há erro quando sentimos paz, se intuitivamente temos a percepção da necessidade de mudar a rota ou a técnica, ou o material para confeccionarmos a obra, o meio de transporte ou o caminho, é importante avaliar e criar essa oportunidade, porque se a paisagem que estamos vendo ao longo da viagem ou a imagem que estamos criando não estão agradáveis aos nossos olhos, é necessário fazer uma pausa, abrir o mapa e rever o trajeto, trocar a peça do mosaico, a pedra do ladrilho, a cor, o tipo de tinta, ou até mesmo diversificar o material, pois se quisermos que seja diferente temos que fazer escolhas diferentes.

Na obra de arte ou, na viagem, conto ou poesia, "anyway", mais importante: A nossa existência, todos os detalhes são importantes, mas lembremos de que, qualquer que seja a técnica ou a estrada que escolhermos, muito embora busquemos padrões em tudo, nem sempre a obra de um artista renomado é compreendida, ou uma linda poesia precisa de explicação, portanto, tem que fazer sentido para nós mesmos, pois, na prova que sempre é individual,  somos nós quem apesar de tudo, e não há opção, senão nos recompormos e seguirmos, ao cairmos nos buracos deixados pelas pedras mal encaixadas dos ladrilhos nas superfícies acidentadas, ou nas estradas sem pavimento, é de modo individual que enfrentamos noites escuras sob tempestades e auroras carregadas de neblinas sem conseguirmos enxergar um palmo diante dos olhos, ou por vezes, estamos a desfazer da alma cortando a pele com peças de vidro quando sobrepomos estruturas no mosaico da nossa existência, na tentativa de preencher os espaços vazios da obra que é só nossa para criarmos uma imagem confortável, lógica ou padronizada para os olhos dos outros, que muitas vezes não sabem ler as profundas e singelas rimas da poesia que são nossas vidas, tampouco sabem interpretar a essência sensível e por vezes melancólica, dentre outros gêneros que se apresentam em nossa veia artística. 

“Os ladrilhos, mosaicos pavimentam e criam as imagens que compõem a galeria de arte das nossas vidas!”

Ademais, nem sempre as coisas mais belas seguem padrões, e uma mesma imagem captada por diferentes ângulos e lentes são vistas de formas distintas, e assim, "DA JANELA DO MEU OLHAR" percebo que dentro do ateliê de nossa existência, a arte que produzimos, ou o caminho que decidimos seguir, deve fazer sentido a nível individual, sem condicionantes ou validações, deixemos para trás os julgadores, tampouco sejamos capazes de nutrir a sombra do nosso ego buscando apenas testemunhas de nossa conduta privada, que façamos novas escolhas sem medos quantas vezes se façam necessárias, tenhamos inspiração e coragem para desenvolvermos através das nossas experiências, técnicas alternativas e inovadoras para nossa arte, e ao longo da viagem criarmos ou adotarmos estradas alternativas, ainda que se apresentem como caminhos disruptivos. Por fim, quanto às eventuais companhias, desejo que somente os dispostos permaneçam, porque de opostos já bastam os padrões e os conceitos detentores de cadeiras cativas servindo como critério de avaliação das obras de inúmeros artistas.

Há.....

"E na vida, para os que dizem que não é uma ciência exata, concordo em parte, pois assim como na matemática, se tem um problema, você não desiste, continua tentando até acertar."

Desta vez, abraços cordiais.


E no ateliê de sua existência quantas vezes precisou trocar a cor da tinta ou errou o traço do desenho da sua obra de arte?

Nos caminhos em que as estradas se apresentaram acidentadas, buscou caminhos alternativos ou sofreu persistindo no padrão e recuso novo percurso?

Tem coragem de deixar ir as pessoas que decidem descer do carro ao longo da jornada para seguirem seu próprio caminho?

Ao ver que se perdeu, encontrou - se rapidamente ou foi desafiador a busca por si mesmo?

Sabes identificar quando perde - se no caminho ou perde - se de si?

Já pensou ou precisou trocar a técnica de mosaico para pintura ou outro tipo de arte da que está utilizando para criar a Grande obra que é sua existência?


Até breve...

 J.L.I Soáres

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domingo, 23 de junho de 2024

ETERNOS PERSONAGENS NO PALCO DA VIDA


ATOR PRINCIPAL OU COADJUVANTE?

Quanto aos assuntos:  "INSTINTOS/SENTIMENTOS" é possível afirmarmos que 

"Na batalha entre o homem e a natureza, fica claro que a batalha é entre o homem e ele mesmo".

Pergunta: O quão rápido uma pessoa se torna o que mais importa?

Caríssimos, temo que minhas declarações soem em tom de amargura, mas minha mente agora vibra em ávida sensibilidade e me vejo julgando, o que devo confessar, vai em direção contrária ao que diuturnamente carrego como premissa de minha paz interna e harmonia em minhas conexões, é aquele momento em que pegamos nosso ego nos julgando por estarmos julgando!

Ao finalizarmos os ciclos nas relações amorosas geralmente demoramos para nos abrir às novas conexões, há os que inclusive, decretam jamais se permitirem uma nova experiência afetiva e então, nos voltamos para os demais setores de nossas vidas, profissional ou espiritual, os mais comuns que observo. E neste ínterim aproveitamos e nos tornamos profundos estudiosos dos mistérios da existência, ou aprimoramos e expandimos nossas capacidades profissionais, enfim, é basicamente o que já ouvimos dizer que "na vida nunca perdemos, ou ganhamos ou adquirimos aprendizados."

Devemos mesmo carregar os aprendizados, mas não arrastar correntes. Ocorre que, para que isso de fato acorra, é desafiador, pois o processo de superação da finalização dos ciclos é vivenciado de modo particular para cada indivíduo, levamos tempo para esquecermos o sabor amargo do fel que fica, vamos digerindo, assimilando, e internalizando a experiência. Então, em um dado momento, vemos novo horizonte se apresentando para retomarmos o caminho.

Refiro - me, aos que já se sentem curados e não os que ainda sangram dos ferimentos, e para estes, recomendo fortemente que revisem o estado em que se encontram para que não sejam instrumentos de destruição de sonhos afetivos. Sei que é desafiador, pois não sabemos, não temos certeza de fato da cura, e 'DA JANELA DO MEU OLHAR" é até que apareça uma nova oportunidade concreta de conexão, aí sim virão à tona nossos medos, nossos receios, os bloqueios que nos impomos, em que medida permitimos que a experiência passada aniquilasse nossa capacidade amar, entregar e receber amor (romântico), e sobretudo a fé de que esse sentimento, ouso dizer, o mais arrebatador, que nos faz sentir vivos, ainda existe. Somente quando se descortina esse horizonte é que temos a visão da verdadeira proporção da altura dos muros que construímos para não nos colocarmos em situação similar à anteriormente vivenciada, isso, repito, se nossos olhos não permanecem turvos ou obstruídos pelos traumas e as mágoas, o que chamo de correntes.

É natural ao nos vermos "reconstituídos" emocionalmente, surgimos, ou ressurgimos mais fortes e com a autoestima restabelecida, almejando e sonhando com a realização de novos desejos, porque ao longo do processo de cura, em que muitas vezes nos isolamos para entender ou ao menos tentar, as razões pelas quais estamos experimentando a falência do relacionamento, questionamos tudo...e a partir do que vamos identificando, começamos mais encorajados a definir novas fronteiras. Como forma não de evitar, mas ao menos reduzir os estragos, costumo literalmente analisar e elencar o que se apresenta como oportunidade de conexão afetiva em uma lista dividida em duas colunas: com os "motivos para sim" e "motivos para não" me envolver emocionalmente, ou já na conexão em andamento, observando comportamentos, e tudo o que eu defini como fronteiras ser verdade e importante para mim, vou colocando na lista e com base nas anotações confio e me dedico no relacionamento. Tento racionalizar ao longo dos anos as minhas emoções com base na lista. E sim, para mim dá certo, não no todo, devo dizer, mas me ajuda muito a identificar se as fronteiras anteriormente estabelecidas estão sendo respeitadas por mim e, em que medida eu estou a permitir pequenas ou ostensivas invasões, e as razões pelas quais eu as permito. Não me refiro quanto às concessões, que são condição para a harmonia em uma relação qualquer que seja. Mas ao que entendo não ser sadio para mim num relacionamento dados aos dissabores vividos. E o interessante, é que muitas vezes, nos vemos permitir o sofrimento, a frustração e ao verificar o histórico com lucidez, conseguimos identificar o momento que permitimos nos perder de nós mesmos em detrimento à uma conexão em a outra parte já nem lá mais estava, ao menos energeticamente.

Compartilho dessa ferramenta que contribuiu até mesmo para o meu autoconhecimento inclusive. Pois através dela identifico com base em minhas experiências se meu permanecer advém de alguma fragilidade, para somente me permitir viver os ciclos virtuosos e se de fato há perspectiva de efetiva realização. Certo, com base nessa afirmação imagino que devas pensar quantas conexões e quantos ciclos? Desde a minha primeira aos 18 anos(primeiro beijo por hora), comecei minhas experiências amorosas em idade mais amadurecida por fatores particulares: (tradição/educação...) e desde o mais leve e sutil interesse afetivo em troca com alguém eu corria fazer minha listinha e elencar os motivos para sim e para não, e efetivamente cumpria, quem diga meu primeiro e único namorado na cidade natal, pois quando decidi mudar, solicitou pediu o retorno da conexão mas o respondi: "está tomado pela emoção (um tipo de embriaguez...rsrs) de não me ver mais, mas em momento lúcido e equilibrado, externou os caminhos que pretendia trilhar e estabelecer um relacionamento(casamento) naquele momento não fazia parte dos seus ideais)" então, respeitei sua jornada e eu segui a minha. Dizem que é desafiador se desvincular emocionalmente do "primeiro amor", não digo que foi fácil, mas ao chegar no meu destino, e com uma cidade incrível para eu explorar e me desenvolver, facilitou o meu processo. Costumo ser prática, mas ter essa conduta não significa que não acolho minhas dores, que eu não sofra com as frustrações, mas entendo que a liberdade em seu nobre sentido compreendida,  é capaz de nos trazer os melhores e inesquecíveis presentes nas experiências, portanto, a concedo da mesma forma que a prezo para mim.

E porque inicio o texto mencionando termos como instintos/sentimentos/batalhas/amargura/julgamento e questiono o tempo que alguém se torna importante em nossas vidas?

Porque caro leitor, apesar, e digo com verdadeiro "pesar" rsrsrs, minha ferramenta para reduzir os danos emocionais me tornaram uma pessoa mais consciente nas análises das minhas conexões e do meu desenvolvimento enquanto parte de uma relação, mas não significa que é efetiva e eficaz. Quanto mais nos aprofundamos, quanto mais julgamos no início desconhecer e no decorrer da relação conhecer do outro, o que "DA JANELA DO MEU OLHAR", é uma tarefa impossível, pois não conhecemos a nós mesmos em profundidade, e quando partilhamos do cotidiano com alguém podemos ter uma ideia de tendência de comportamento diante de certas situações ou pessoas, mas jamais no todo, pois nem ao certo nós sabemos como reagiremos diante de um infortúnio não é mesmo? E digo mais, nem sempre é possível uma saída tão triunfante quando se está inserido no teatro das emoções. 

"No Teatro da vida, os espetáculos das relações amorosas são naturalmente baseados no improviso, e a atuação entre domar os instintos/satisfazer as emoções, ou a autopreservação dos sentimentos/dignidade, não segue uma sequencia linear, pois enquanto partes do elenco principal se esquecermos nosso papel, se torna difícil saber em qual dos atos devemos abandonar o personagem, usar a sonoplastia menos traumática para o elenco, tirar a make, apagar a iluminação, e liberar a plateia, porque esta, facilmente encontrará novos enredos."

Independente da analogia que nos seja permitido fazer sobre as relações amorosas, fato é que nas emoções, a racionalidade não é facilitadora de algum, ou talvez nenhum controle. Pois, ao definirmos as fronteiras e decidirmos nos conectar adentrando o território ainda pouco conhecido da nova relação, quer sejam pelos sentimentos mais intensos que nos transportam sem asas às alturas, num solo firme, fértil e sadio, ou para um oceano profundo e de águas límpidas, é somente vivendo as dores e as delícias de amar e nos sentir amados na liberdade em que reside o amor, veremos o quanto ele foi capaz de permanecer, e se algum dia tiver que se retirar, então teremos a noção do quanto ainda preservamos de nós para nos restabelecermos e estabelecermos as novas fronteiras e, fatalmente (rsrsrs) recomeçarmos.


Os relacionamentos amorosos ainda que finalizem, não precisam ser todos do gênero dramático. Apesar das frustrações sempre temos bons aprendizados para extrair e lembranças boas para recordar não é mesmo?

Você encara de maneira natural os ciclos vividos em seus relacionamentos assim como o pôr do sol e nova  aurora que compõem nosso dia a dia?

Você possui alguma ferramenta útil para se manter atento às fronteiras dos teus territórios emocionais? Terapia/Lista...

É capaz de analisar suas conexões e ser grato por tudo o que vivenciou, enxerga o quanto desenvolveu - se e contribuiu para o outro se desenvolver também mesmo que diante da percepção dos contrastes ou arrasta correntes?


Até breve

 J.L.I Soáres

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quarta-feira, 19 de junho de 2024

DA INDIVIDUAÇÃO AO INDIVIDUALISMO

ONDE NOS PERDEMOS?

 

Caro leitor! Hoje resolvi escrever sobre as nuances que envolvem meu trabalho.
Muito embora eu goste muito, pretendo de forma leve trazer algumas situações que me fazem repensar se estou no caminho que está alinhado com meu propósito de alma…irei partilhar minha visão de forma geral a respeito das questões profissionais.
Em latim, de individual, que por sua vez proveniente de "individuos": indivisível, Individuação, princípio de individuação, ou "principium individuationis" descreve a maneira pela qual uma coisa é identificada como distinta de outras coisas, processo em que uma parte  do todo começa a se distinguir, a se tornar independente e única, possuir uma singularidade. Individualismo por sua vez, trata - se de uma atitude exclusivamente para si, egoísta,  egocêntrica. 
A partir das definições inicialmente descritas começo "Da janela do meu olhar", uma análise sobre a condição humana no que tange as terminologias: Individuação e individualismo do ponto de vista de que enquanto espíritos vivendo uma experiência humana, estamos neste plano, que se manifesta numas das diversas dimensões (conceito será tratado noutra ocasião), que coexistem e interagem entre si, apresentando - se cada uma em diferentes graus de perfeição, e que, podemos acessar todas elas a depender do desenvolvimento das capacidades intrínsecas que trazemos e progressivamente através do processo do autoconhecimento vamos nos tornando cada vez mais despertos e conscientes desta possibilidade: Desvelar a Verdade Real. Sim, uma das formas inclusive de entendermos como funciona o cosmos, o universo, é através da biologia, se observássemos nosso corpo entenderíamos o que está acontecendo em todo o cosmos, e conectaríamos os pontos...(mas isto é assunto para quem sabe, outro post), mas entendo importante deixar minha percepção desta conexão. E o que individuação e individualismo tem a ver com isso? Simplesmente tudo! 
O que ultimamente pude observar "Da janela do meu olhar" é que nesse processo de desenvolvimento humano é que vamos no decorrer do tempo desenvolvendo nossa individualização e nos tornando cada vez mais individualistas, sem lembrar - nos de que estamos interligados, interconectados, somos um só, como o próprio conceito de individuação que eu trouxe diz: "processo em que uma parte  do todo começa a se distinguir, a se tornar independente e única", e é este o conceito que acolhi como verdade para mim, quem sabe ao longo dos meus estudos eu passe a entender de outra forma, mas por hora, é sob essa ótica que eu tiro minhas conclusões que não são em nada conclusivas, tampouco tenho a intenção, nem seria capaz de exaurir o tema. Mas vamos ao cerne do que quero tratar neste post, porque na medida em que crescemos, vamos nos reconhecendo, conhecendo e interagindo com o mundo exterior, e então chega o momento de definirmos uma carreira profissional, sim, é necessário para o nosso crescimento pessoal e material, não estou me referindo às questões acadêmicas até porque muitas profissões não requerem um diploma, e temos os profissionais autodidata, o que quero tratar é o propósito de desenvolvermos uma atividade profissional.
Como eu afirmei no post de abertura do blog, não há certo ou errado, é o ponto de vista "Da janela do meu olhar", e respeito que cada um tem a sua percepção e é justamente o que nos torna únicos do ponto de vista da individuação.
Da Janela do meu olhar, a profissão que escolhemos é uma ferramenta de desenvolvimento pessoal e material em que através de nossas capacidades natas ou não, identificadas e/ou desenvolvidas, utilizamos para servir, ainda que realizadas em âmbito individual (escritor de blog) por exemplo, rsrs, ainda assim é partilhado. Portanto, entendo a profissão como o ato pelo qual servimos com certa excelência a nós mesmos e aos outros, e deste modo contribuímos para o todo, o coletivo. Certo, temos essa consciência, acredito que de forma uníssona (acredito), ocorre que, quando eu observo a forma pela qual é tratada essa missão identifico um olhar mais voltado ao individualismo. Irei explicar porquê:
Trarei percepções do meu cotidiano nas atividades profissionais no ramo de vendas, porque tem me colocado em desconforto o que percebo e me fez olhar para os demais profissionais, e o interessante é que estou atenta e tem chegado relatos específicos de outros núcleos, é o que dizem: o "universo" vai mostrando o que queremos ou precisamos ver. Quando disponibilizamos nosso dom ou capacidade inata em desenvolvermos relacionamentos, criarmos conexões para um determinado fim, estamos ferramentas de viabilização de negócios, projetos, sonhos...enfim...Bom, como eu afirmei, é como vejo minha atividade neste ramo, até mesmo quando realizo diligência no jurídico, a razão que sou procurada é para resolução de alguma questão a ser dirimida, independente do âmbito, mais uma vez, reafirmo o caráter de servir de todas as atividades profissionais, em qualquer ramo que seja, o que importa neste contexto é a razão pela qual desenvolvemos uma atividade profissional além do crescimento pessoal e material, o de servir. Vejo um jogo cada vez mais brutal e sem humanidade, sem senso de coletividade e empenho amoroso e zeloso no ato de servir, mas identifico muitos atos individualistas, o que até podemos entender de alguma maneira, pois é importante pensarmos em nosso crescimento, mas e quando a energia não é dispensada somente no que tange aos interesses próprios mas também em atos para prejudicar o semelhante, o colega, o parceiro, o concorrente"?. 
E não diga que o que vejo é a percepção que há em mim pois mantenho meu foco no bem, no bom, e no belo, apesar do caos que possa se fazer ´presente no entorno sempre fui otimista sobre tudo, sei que há momentos que cansamos de ser fortes, choramos, pensamos em desistir, mas são momentos e estes passam, como tudo na vida e ainda bem!!! Mas mais que perceber, eu vejo atitudes e verbalizações no intuito de destruir o trabalho construído por outrem, onde iremos parar com essas atitudes enquanto humanidade? 
Quando uma pessoa, quer seja ele cliente, amigo, conhecido, desconhecido ou amigo do conhecido o procura enquanto profissional o que ele deseja é ter seu problema, sua questão dirimida, mas não temos focado nisso, temos focado no quanto e se ganharemos se nos propusermos a dirimir, isto até mesmo sem ao menos sabermos se iremos de fato ser ferramenta útil e eficaz para tanto, o que importa é o quanto será ganho! Entendo a parte que empenhamos, investimos em tempo e financeiramente para nos capacitarmos, mas quero a pauta somente da razão pela qual passamos a trabalhar sob o olhar holístico, e não, não vivo no mundo e nem entrei na toca do coelho de Alice, muito embora eu entenda que ao adentrar ela despertou...mas é minha percepção novamente.
Da janela do meu olhar, e capacidade de ouvir e observar meu entorno, já tive o dissabor de ouvir a seguinte afirmação: "Fulano detém a maioria da clientela daquela região, irei ligar para eles e direi que ele está distribuindo o contato para se indisporem com ele e eu entrar no bairro.." Entenda, Caro leitor, coloquei em palavras brandas! O que mais observo é a manifestação de frustração e falta de vontade em empreender energia para viabilizar os negócios por haver a necessidade de divisão de honorários, e muitas vezes com a parceria que apresentou as oportunidades. E quando experiencio situações em que o negócio ainda nem se concretizou, somente há perspectiva e as pessoas são tomadas pela ganancia e decidem rever os acordos de divisão de honorários? Como eu gosto de dizer, a nossa capacidade de mudança é o que mais me fascina...rsrsrs 
Por isso da minha pergunta em caixa alta e em negrito: ONDE FOI QUE NOS PERDEMOS?
Certo, poderá você, e tem todo direito em dizer que ramo de vendas é assim mesmo, pois no mercado dos negócios há muito dinheiro na mesa e não há amor quando se trata de dinheiro, certo, compreendo, mas me entendo como ponte e intermediária para viabilizar a realização de sonhos, projetos, metas, e independente de quanto ou de com quantos dividirei o fruto do sucesso do meu trabalho não importa, nunca importou, porque meu propósito é ser útil para quem me procura, tenho esse olhar sobre meu trabalho, e já tive experiências que me provaram que nem sempre é da mesma horta que plantamos que iremos colher, o que importa é fazer um bom plantio, deixar boas sementes por onde passamos.
Na area médica hoje pela manhã, tomando café com meu coach de golf, um Sr. com seus 88 anos de experiência de descendência japonesa, admiro muito a cultura e forma de conduta da comunidade e muitas eu acolho e sigo, ele relatou - me os contrastes que sua filha está vivendo na clínica médica em que é geradora de empregos e segue o propósito mais nobre que eu entendo, salvar vidas. Ou seja, essa conduta está em todas as atividades profissionais, certo ou não, não é a questão, porque é importante observarmos os vários fatores que envolvem cada situação e pessoas, (carmas, darmas, justo, injusto de acordo com cada crença), o que nos fica claro é que estas ações são feitas por pessoas, por consciências em diferentes níveis de desenvolvimento e pessoas estão desempenhando todas as profissões e em todos os lugares.
Sei que a jornada é individual e cada um age de acordo com sua individualidade no decorrer do caminho, mas estamos vivendo num plano onde precisamos uns dos outros, precisamos desenvolver um olhar mais humano ainda que para os assuntos que envolvem cifras e cifrões, porque está ligado diretamente à prosperidade e esta abrange todos os aspectos da existência humana, sei que o que vivencio e identifico como uma polaridade negativa, pode para o outro ser o momento que ele precisa vivenciar daquela forma e ter esse nível de percepção, e isso não nos torna melhor nem pior, porque cada um está em um momento, com determinado grau de consciência, eu entendo assim, mas é máxima da vida que em tudo que há propósito nobre tende a prosperar, é possível que ao desenvolvermos um olhar mais sensível para as necessidades humanas com retornos materiais, alcançaríamos níveis mais altos de vibração e a ajuda mútua nos traria mais felicidade enquanto nos desenvolvemos nessa jornada infinita que chamamos de vida. 
E você, da janela do seu olhar, o que e como tem visto as ações dentro do teu ramo de atividade profissional? 
Estas manifestações no cotidiano o fazem crer que podemos mudar o olhar sobre nossa razão de servir? 
Enxerga como eu a atividade profissional que desempenhamos, ou seja, um ato de servir em essência?

 

Até breve... 

 J.L.I Soáres

 

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domingo, 16 de junho de 2024

AMOR COM AMOR SE PAGA

O ATO DE AMAR TEM QUE SER RETRIBUTIVO? 

(E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.)


Enquanto humanos, sabemos ser o ato de Amar fator determinante desta condição, vivemos da troca, e esta é essencial na vida em sociedade, sabemos e entendemos, porque de alguma forma nos foi ensinado, implantado, aprendido e apreendido.

Mas, meu maior questionamento a respeito deste sentimento nas relações interpessoais, sempre foi sobre o entendimento da necessidade de esse sentimento ter o cunho RETRIBUTIVO. E estou me referindo somente ao amor romântico, porque se o ato de amar é de nossa essência enquanto Seres dito Humanos, qualquer forma de amor poderá ser considerada nesse contexto, mas a cobrança maior reside nas relações afetivas, para as demais,  trazemos esta capacidade natural, mas porque naquelas tem o adendo da exigência em ser retribuído quando alguém se dispõe a amar, ou se vê amando...? 

Questiono porque DA JANELA DO MEU OLHAR, amar não deve vir acompanhado de uma fatura retributiva. Não é porque disponibilizamos nosso sentimento mais profundo e puro à alguém que temos que ser retribuídos, nem sempre há ressonância neste ato, podemos identificar isso nas relações de forma corriqueira, já ouviu alguém afirmar que ama uma pessoa  e que não se sente amada na mesma medida? Como isso é possível? Diga-me, pois eu realmente não consigo ver sentido nesse desejo, muito embora possa ser nobre, porque se trata de um sentimento ímpar, mas não entendo possível quantificar e definir a capacidade do outro em amar. Ora, somos seres essencialmente únicos, com crenças diferentes, culturas diferentes, crescemos em núcleos familiares e sociais (...) diferentes, temos objetivos e nutrimos sentimentos por nós mesmos distintos até mesmo a cada dia! 

Então as relações sempre serão desiquilibradas no que tange o ato de amar individual, e o que compõe uma relação afetiva? Entendo que sim. Pois as lacunas deste ato em si, são preenchidas ao longo do tempo do relacionamento por outros sentimentos, como por exemplo o respeito à individualidade do parceiro e sua forma de demonstrar os sentimentos, que para cada um é diferente. Convenhamos, há pessoas que infelizmente não foram amadas primordialmente (pai e mãe) e, portanto às vezes nem sabem o que é amar, tampouco sabem receber amor.

Então como chegar ao ápice de amar e se sentir amado sem uma fatura diária ao parceiro e ter uma relação satisfatória no âmbito das realizações afetivas? Como eu gosto de reafirmar: Da Janela do meu Olhar, sempre será díspare, já disse, somos essencialmente únicos na forma de amar e entregar o nosso amor. O que por um lado torna o jogo da vida mais interessante, mas para alguns pode ser o fator desafiador e causador de grandes frustrações. Não estou a reduzir nenhuma nota que cada indivíduo definiu para ser a exata medida de merecimento de amor, mas que ao observarmos as petições diárias que ouvimos no entorno a respeito dos relacionamentos é até divertida a dinâmica.

Sempre tive esse olhar atento à várias questões da condição humana, talvez por isso, sempre apesar de pouca idade era referência para expressar meu ponto de vista sobre casos que chegavam para mim. E tudo parte do autoconhecimento, isso é importante, saber quem és. Porque do outro jamais saberemos, nem de nós mesmos, pois estamos em constante mudança, e isso, também devo dizer: Me fascina!!! Um dia o que foi importante numa conexão afetiva, hoje já não é mais, e por aí vai...então, Da Janela do meu Olhar entendo que devemos primeiro conhecer quem somos, definir a partir dessas premissas o que queremos e analisar o que nos entregam ou pretendem entregar numa conexão amorosa e então fazermos o juízo de valor se é onde queremos permanecer e efetivar a troca. Como diz Sêneca: o problema não são as experiências, mas sim como as vemos, novamente não quero reduzir as dores de amor que já vivenciamos, mas sempre enxerguei essa situação da seguinte forma: "Não determino a quem amar (romanticamente), mas tenho total poder do que fazer com este sentimento. Da mesma forma que tenho límpida a impossibilidade de fazer o outro ser recíproco, no entanto tenho total discernimento em analisar e definir se o que me está sendo oferecido e se é o que desejo para aquele momento naquela conexão. Ocasionalmente ouço: "Fulano(a) não presta" (forma coloquial), questiono o porquê, e vem a resposta: Não quer namora/casar/se relacionar. Outra pergunta: O que tem a ver o caráter da pessoa com o fato de ela naquele momento não querer o mesmo que você ou não ser recíproca? E isso é corriqueiro!

Da Janela do meu Olhar, devemos sempre nos dispor a amar, aceitar ser o amor a maior experiência de nos sentirmos vivos, o prazer da descoberta, o frio na barriga, a vontade de estar com quem nos aquece e acorda a alma! 

Mas despertos sejamos sobre que tipo de amor queremos, e isso só temos noção quando nos autoconhecemos. A busca constante pelo autoconhecimento e auto lapidação auxilia na hora de contabilizar a justa medida da troca, que para cada pessoa é diferente, muito embora eu entenda que não exista um equilíbrio, pelos fatores anteriormente elencados, entendo que o que resta é a partir do que entendemos ser bom numa conexão afetiva avaliar o que é ofertado, e então definir se é ou não interessante e valioso entrar na relação ou nela permanecer, a chamada "comunhão de desígnios" e como descrito no Código Civil, "Consortes", o que significa unidos pela mesma sorte. Portanto, se autoconhecer é para mim a premissa, pois conseguiremos compreender o outro em sua capacidade ou incapacidade de entregar amor, o que não o torna menos humano, somente determina que não é esse o momento de vocês, e talvez um dia será, ou não, porque adiante entenda que aquele sentimento nem era amor (eram gases,rsrs), afinal, Da Janela do meu Olhar, amor não vem com fatura, é doação, é entrega, e portanto, assim como há possibilidade de recusa, há possibilidade de aceite e ainda que haja o aceite, não necessariamente haja troca! Porque amar é simplesmente Amar!! E neste nobre ato de Amar, pressupõe-se querer o bem maior de quem se ama ainda que longe.

Saibamos o que queremos e isso serve para todas as conexões, antes disso nos conheçamos, e não nos deixemos enrijecer no ato de amar por frustrações que muitas vezes nos impomos, sim, porque as pessoas nos dão os sinais muito claros do que querem ao entrar numa conexão, basta ter olhos de ver, e acima de tudo coragem para levantar - se da mesa quando o que fora oferecido no cardápio não esteja mais disponível no restaurante, o que falta é mais autoconhecimento que coragem, por isso muitos de nós abraçamos cactos, permanecemos em relações falidas de amor e zelo, e tendenciamos a recomeçar sangrando em quem não nos machucou, as feridas da alma são curadas pelo amor próprio que somente, repito o autoconhecimento é a cura, e sinto afirmar, só deduzo o diagnóstico, porque quanto a cura, enquanto consciências, o tratamento é eterno! 

O que é verdade para você nas suas conexões afetivas?

E estas verdades te tornam livre ou te aprisionam?

Já abraçou muitos cactos ao longo da jornada em suas conexões?

Em que medida analisando as verdades em suas conexões desenvolve a coragem de se retirar ou as razões para permanecer? 


Até breve Carissimo Leitor...

J.L.I Soáres

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domingo, 9 de junho de 2024

OBSERVAR NÃO É JULGAR

Como não Observar?


Julgar ou não Julgar...Sempre não julgar é o que diz a boa espiritualidade...mas esse mandamento entra em conflito quando você vive uma determinada experiência ou esta se apresenta muito próxima à você.

Devo dizer, desafiadora essa tarefa, a tarefa de Não Julgar.

Os exercícios que aprendi a fazer a esse respeito se mostram sempre eficazes,  mas não significa que seja fácil.

Diz - se que as pessoas só conseguem partilhar com a gente o delas transborda, as que nos oferecem hostilidade, e alguma medida não sabem receber amor.

Pode alguma Alma ser incapaz de simplesmente agradecer de coração um desejo de felicidades pelo aniversário sem a hostilidade do pequeno verso "em dobro o que me desejas"?

Da janela do meu olhar vejo clara manifestação de hostilidade e alguém que não sabe receber amor. Epicteto já dizia que atraí do sofrimento do homem não são as suas experiências, mas sim como as enxerga, então enxerguei assim, não que eu esteja sofrendo por essa manifestação de clara ingratidão, mas ainda assim me dei o direito de expressar minha visão a respeito, pois o fato de tornar mais consciente dos meus pensamentos a respeito das coisas e pessoas e experiências, não posso me furtar de ter minhas próprias impressões. Direito de usar meu livre arbítrio do ato de julgar ou não, neste  caso não compreendo coo julgamento mas pode ser sim que seja na medida que cauciono minha visão nesta atitude numa incapacidade de amor Crístico e empatia à um desejo genuíno de felicidades. Mas, é o que esta pessoa pode dar, é o que nutre nela.

Nossas reações em sua maioria são a expressão dos sentimentos firmados ao longo da nossa jornada individual, se bom ou ruim, somente a pessoa poderá definir, isso se for desperta, mas se não, viverá acidentalmente continuamente até que desperte e quanto a isso entendo que cada um tem seu tempo.

Até breve...

J.L.I Soáres


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